quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Risco de colisão faz cientistas monitorarem asteróide Apophis

Cientistas em todo o mundo, em especial dos Estados Unidos, passaram a monitorar mais de perto o asteróide 2004 MN4, também chamado de Apophis. De acordo com os últimos estudos, existe uma chance em 45 mil de que o objeto possa de fato se chocar com a Terra no ano de 2036, mais precisamente no dia 13 de abril.
O objeto passou a causar preocupação entre os membros da comunidade científica a partir de dezembro de 2004, quando cálculos mais apurados indicaram que a maior aproximação entre a Terra e o asteróide ocorreria no cruzamento de abril de 2029. Na ocasião, a menor distância calculada entre os dois objetos era de apenas 45 mil quilômetros, praticamente a mesma distância onde se localizam os satélites de comunicação.
No entanto, novos estudos feitos pelo JPL, Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA, descartam a possibilidade choque nesta data, mas alerta que durante a aproximção de 2029 Apophis poderá passar através de uma região conhecida como "buraco gravitacional", uma precisa área no espaço que posicionará o asteróide para um possivel impacto, previsto para 2036.
Apophis faz parte de uma categoria de asteróides conhecidos como Aten, com o eixo semi-maior (diâmetro máximo da órbita) menor que 1 Unidade Astronômica, ou 149 milhões de quilômetros. Apophis executa uma revolução ao redor do Sol em 323 dias e dessa forma cruza a óribta terrestre duas vezes por ano.
Mesmo com baixas possibilidades de impacto, a NASA recebeu do congresso dos Estados Unidos a recomendação de aumentar o monitoramento sobre o asteróide e também de outros objetos próximos. De acordo com o ex-astronauta Rusty Schweickart, da Fundação B612 de estudos astronômicosa, todos os países estão em risco, por isso é necessário metodologias conjuntas para lidar com esse tema.
Schweickart, que integrou a missão Apollo 15, pretende entregar nesta semana ao Comitê da ONU de Uso Pacífico do Espaço, seu plano de regras de resposta global à ameaça de algum asteróide. A Associação de Exploradores Espaciais, formada por ex-astronautas e cosmonautas, também pretende realizar uma série de seminários com o objetivo de elaborar o plano, e em seguida fará uma proposta formal à ONU em 2009.

Impacto
Aphopis, que em grego significa "destruidor", é hoje o corpo celeste mais vigiado no espaço pela comunidade científica.
Baseado em estudos sobre o brilho do asteróide, os especialistas calcularam que Apohis mede entre 320 e 420 metros, e caso se choque com a Terra, sua massa, velocidade, composição e ângulo de entrada na atmosfera seriam suficientes para provocar uma explosão equivalente a 1480 megatons de TNT, o que representa 114 mil vezes a energia liberada pela bomba atômica lançada em 1945 sobre Hiroshima e sete vezes mais intenso que explosão do vulcão Krakatoa, na Indonésia, em 1883. Essa energia seria capaz de desintegrar completamente uma extensão de terra do tamanho da ilha da Sicília e causar efeitos colaterais na geografia, no clima e no meio ambiente de mais de 30% do planeta
Gráficos: A ilustração no topo da página mostra como seria o impacto de um asteróide na Terra. A segunda ilustração mostra a posição orbital de Apophis no dia 13 de abril de 2036.

A TERRA ESTA EM ROTA DE COLISÃO COM UM GRANDE ASTEROIDE?

Mesmo que você pense que a única vida no universo está na Terra, não estamos sozinhos. Além dos outros planetas e luas, no Sistema Solar existem incontáveis toneladas de poeira espacial, milhões de meteoros, asteróides,cometas e vários tipos e tamanhos de fragmentos (incluindo o lixo que nós mesmo deixamos lá) voando a velocidades incríveis e em todo tipo de órbitas. A Terra é atingida por coisas todos os dias - isso só não é observado pelas pessoas porque o impacto não é notável. A poeira espacial não nos agride. Os maiores asteróides que atingem a Terra são do tamanho de uma bola de basquete no momento em que entram nas condições de combustão da atmosfera terrestre, e esses a atingem cerca de uma vez por semana. Só os astrônomos notam. Teria que ser alguma coisa maciça - maciça em termos de espaço - para fazer com que o resto de nós notássemos. E a última vez que notamos foi em 1908, quando um asteróide com o tamanho de um campo de futebol explodiu na atmosfera da Terra, com a força de uma bomba de 15 megatons, destruindo uma área de 2.000 km² da Sibéria. Abomba nuclear que os Estados Unidos jogou sobre Hiroshima tinha uma potância de 15 kilotons.
Portanto, imagine as sobrancelhas franzidas quando a Nasa anunciou que estava expandindo seu Programa para Objetos Próximos à Terra, que identifica e rastreia asteróides, e a Agência Espacial Européia está lançando uma missão para testar um método potencial de desvio de asteróide. Constata-se que, estatisticamente falando, um asteróide do tamanho de um campo de futebol deve atingir a Terra a cada cem anos. Então - estatisticamente falando - estamos no previsto. Mas o asteróide que os cientistas observaram, fazendo conferências e liberando relatórios cuidadosamente escritos, é pelo menos duas vezes maior que um campo de futebol, e "detoná-lo" é ralmente o último recurso. É chamado Apophis, e tem cerca de 250 metros de diâmetro. A pedra de 45 milhões de toneladas está orbitando o Sol a 45 mil km por hora. Se atingir a Terra, pode facilmente destruir uma grande cidade.
De acordo com todas as fontes, as chances de colisão são pequenas, cerca de uma em 45 mil, e estão ficando menores. Em 2005 os cientistas calcularam que o Apophis tinha uma em 5.500 chances de colidir com a Terra, e eles previram que a chance de colisão continuará a diminuir. Usando cálculos baseados nas posições relativas da Terra e do Apophis em 2007, o asteróide estará dentro de 39 mil km da Terra em 2029. Isso é muito perto, muito mais perto da Terra do que está a Lua, e seremos capazes de ver a olho nu durante o dia e a noite. Mas não é com o risco iminente que os astrônomos estão preocupados. O asteróide pode chegar ainda mais perto da Terra em 2036 e há alguns algorítmos que prevêem uma colisão, mas a maioria dos especialistas diz que ele não nos atingirá. Ainda assim, as preparações estão em curso.
A idéia é planejar cedo a melhor estratégia de prevenção. Com 17 anos pela frente, podemos provavelmente ter certeza que o Apophis não nos atingirá, mesmo que ele queira. A maioria dos cientistas pensa que explodi-lo com uma bomba nuclear é uma péssima idéia - acabamos com uma porção de asteróides grandes atingindo a Terra ao invés de acabarmos com aquele realmente grande. Outros dizem que se o explodirmos suficientemente cedo, haveria tempo suficiente para que a trajetória dos fragmentos se movimentasse para fora da zona de perigo. De qualquer forma, no momento, o método escolhido para salvar a Terra do Apophis é o desvio.
Há algumas grandes idéias pelo mundo afora. Uma deles tem várias naves espaciais ancorando no Apophis, perfurando sua superfície e bombeando para fora o seu conteúdo. A Nasa realmente fez alguma coisa como essa com sucesso na sua missão Deep Impact, que disparou um projétil para dentro de um cometa com a finalidade de revelar a composição do cometa. Com o Apophis, o objetivo seria bombear o material para fora no espaço, com força suficiente para empurrar o Apophis na direção oposta, tirando-o do curso. Os cientistas também falam sobre enviar uma nave espacial para dentro da órbita do asteróide para voar próximo a ele. Essa espaçonave "trator de gravidade" alteraria essencialmente a equação da gravidade que mantém o Apophis na sua rota, puxando o asteróide até que sua posição não mais ameace a Terra.
Mas, de acordo com Donald Yeomans, do Near Earth Object Project da Nasa, a maneira mais simples de desviar o Apophis é enviar uma nave espacial para se chocar contra o interior do asteróide, tirando-o de sua rota.
Quarenta e cinco milhões de toneladas de velocidade do asteróide à parte, o estardalhaço sobre o Apophis é alguma coisa mais ou menos ameaçadora. A Nasa estima que há 100 mil asteróides orbitando perigosamente próximos à Terra neste momento, que eles são grandes o suficiente para causar problemas, e a agência só está rastreando 4.000l deles. Precisamos solidificar um plano de ataque. Por outro lado, há 100 mil asteróides orbitando perigosamente próximos à Terra neste momento. E agora?